Só foco é inflexível
Por que a receita da Camargo com laminados cresce 20% ao ano
Fonte Revista Plásticos em Revista, página 18, Edição 571, Junho de 2011, Medea
Com investimentos em nova linha de produção em Tietê (SP), que partiu na segunda quinzena de junho, a capacidade instalada da Camargo Cia. de Embalagens saltou de 650 para 850 t/mês de flexíveis laminados impressos, como rótulos de BOPP, PET, poliamida, papel alumínio, polipropileno e polietileno. A expansão dará fôlego para o crescimento antevisto para os próximos anos. O respaldo mais recente para essa convicção é a estimativa de aumento de 20% no faturamento de exercício atual, a cargo de mais de 600 marcas atendidas, prevê o diretor Roberto Luiz Maeda. Conforme ressalta esse avanço, está em sintonia com os índices de expansão que têm sido aferidos. “Em 2010, a Camargo faturou R$ 120 milhões”, situa o porta-voz. Os equipamentos integrantes da recente injeção de energizante na capacidade incluem um impressora por rotogravura a 10 cores da Italiana Rotomec, uma laminadora Comexi e duas rebobinadeiras/cortadeiras de alta velocidade.
Por enquanto, os investidores não envolvem a produção própria de filmes, assinala Maeda. Para ser competitiva nesse segmento, condiciona o executivo, a empresa depende de escala e só assim conseguiria condições favoráveis para aquisição de resinas e novos equipamentos. Mas essa dependência não preocupação pois, acentua Maeda, a empresa conta com ampla gama de fornecedores que vendem o filme com flexibilidade de negociação. No segmento de Bopp, que esteve na mira dos planos de expansão, a empresa compra da Vitopel e das unidades da OPP Films na Argentina e Peru.
A curto prazo, a Camargo também não pretende se aventurar por mercados ainda desconhecidos. “Nossa base de negócios está concentrada principalmente em produtos que utilizam estruturas de poliéster. Além disso, os atuais investimentos visam proporcionar equilíbrio entre poliéster e BOPP”, insere Maeda. Os filmes de PET são fornecidos pela subsidiária local da norte-americana Terphane e pelas indianas Flex e Polyplex.
Maeda sublinha a intenção de crescer nos segmentos de biscoito, salgadinhos e massas, cujas embalagens são usuárias típicas de BOPP. No momento, delimita, as embalagens mais vendidas pela Camargo vão para o café e refrescos em pó. Corpos atrás figuram flexíveis para snacks, biscoitos e achocolatados.
Para fazer frente à superconcorrência entre convertedores no país, a Camargo aposta em “equipamentos de primeira linha, estrutura pequena e polivalente e tecnologia de aplicações”, alinha Maeda. A empresa também possui um carteira de clientes bem distribuída, pois os maiores compradores não representam, individualmente, mais de 5% do faturamento total. Hoje em dia, o pedido mínimo aceito pela Camargo é de 1.000 kg, estabelece o diretor.